sábado, 27 de abril de 2013

Tragédia vira documentário de TV

Produzido pelo canal de TV Discovery, o programa vai ao ar na noite deste sábado (27/04/2013).Tragédia vira documentário de TV Discovery/Divulgação

Hoje às 21h30min.

O maior desastre da história gaúcha será revelado em detalhes para mais de 13 milhões de lares de todo o Brasil, hoje à noite, por meio de um documentário produzido pelo canal de TV Discovery. Mesmo habituados a recontar tragédias, os responsáveis brasileiros e estrangeiros pelo programa revelam que os testemunhos colhidos sobre o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, comoveram a equipe de produção.

O especial foi realizado em tempo recorde a fim de ser exibido no dia em que se completam três meses desde a madrugada em que o destino das 241 vítimas foi selado.

Para reconstituir os eventos da noite em que o teto de espuma da casa noturna pegou fogo, o Discovery contratou a produtora Mixer, de São Paulo, uma semana após o incêndio. Essa rapidez é exceção ao período em que os documentários do canal costumam ser produzidos. Normalmente, recuperam eventos depois de passados meses ou anos. Foram dois meses e meio para concluir o trabalho, menos da metade do prazo normal.

A vice-presidente de Desenvolvimento e Produção da Discovery Networks na América Latina, a italiana radicada nos EUA Michela Giorelli, conta que a dramaticidade do caso gaúcho impressionou a todos e levou à mobilização quase imediata.
— Tomamos a decisão pelo impacto que a notícia teve em todo o mundo. O que mais me impactou foi a quantidade de jovens que morreram. Já fizemos vários programas sobre tragédias mas, nesse caso, eram muitos jovens começando a vida — revela Michela.

A executiva lembra que o canal também produziu um especial sobre o incêndio na boate argentina República Cromañón, que levou à morte 194 pessoas em 2004:
— Quando vi o que tinha acontecido em Santa Maria, pensei: “Que pena. É um outro Cromañón”. É o mesmo tipo de acidente, que envolve pouca prevenção e irresponsabilidade. Por isso, também procuramos dar voz aos especialistas e aumentar a consciência para esse tipo de problema.

Mas, enquanto o documentário Inferno em Cromañón veio cinco anos depois, o diretor da produção brasileira, Daniel Billio, 42 anos, entrevistou familiares ainda sob o impacto do desastre. O documentarista fluminense, morador de São Paulo há 20 anos, produziu em 2012 uma série de oito especiais sobre desastres aéreos para o Discovery. Ele afirma que a dor dos familiares se assemelha em ambos os casos, em que a morte ocorre de maneira repentina e em grande quantidade:
— Todo o processo foi muito doloroso, uma das missões mais difíceis da minha vida. Como sou documentarista, não jornalista, não costumo cobrir os fatos no calor dos acontecimentos. Nesse caso, me deu um nó na garganta durante as várias entrevistas com familiares — afirma Billio.

Fonte: http://tinyurl.com/cb3gmhu

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